Não é preciso ser especialista para desconfiar que as
mudanças na dinâmica da Economia são gigantescas. Investidores e poupadores
precisam rever seus planos e consultar cartomantes, astrólogas, adivinhos etc.
para imaginar o resultado de seus projetos.
Felizmente vivemos no Brasil que, por deficiências em geral,
oferece inúmeras oportunidades de investimentos, principalmente se o Governo em
todos os níveis licitar concessões e permissões disponíveis, e são muitas.
Com urgência nossos políticos precisam regulamentar
procedimentos de PPPs e imaginar soluções para o transporte de cargas e seres
humanos, portos, aeroportos, pontes etc.. o fundamental é a viabilização de
obras e serviços que possam ser explorados com lucros decentes e relações
honestas entre as fundações e os governos.
As mudanças de cenários estão acontecendo de forma
dramática, mas, como é típico de muitos seres humanos, sem atenção para a
profundidade do mar (e do mau tempo) em que a economia mundial mergulha. Salvo
alguma solução miraculosa, estamos em tempos de mudanças que deveriam ser
gradativas, bem pensadas, mas que, nesse momento, exigem agilidade de grandes
mestres para não morrermos todos (pelo menos no Brasil) afogados nesse oceano
de venalidades e incompetências graças à permissividade neoliberal que se
estabeleceu nas nações ocidentais.
O neoliberalismo associado à corrupção viabilizou “esquemas”
surpreendentes, as cachoeiras que o digam.
O pesadelo é geral e começamos a ver, finalmente, artigos
sobre os fundos de aposentadoria (BRODBECK, 2012) , ótimo, seria terrível sentir mais uma
vez na pele os efeitos dos planos miraculosos da década de sessenta, que
praticamente mataram milhões de aposentados nas décadas de setenta e oitenta do
século passado. Em família sofremos os efeitos disso tudo e pessoalmente até a
oportunidade de ouvir de um diretor de um desses planos as facilidades que
tinham de enganar o povo, em viagem de Curitiba a Porto Alegre, graças aos
efeitos dos whiskies que aquele cidadão bebera antes e durante a viagem.
O Governo Federal falou em mudanças nos critérios de
aposentadoria dos funcionários públicos, ótimo. O Senado avançou (Senado aprova fundo de aposentadoria , 2012) . É um pesadelo que minimiza as aposentadorias
de quem está do lado de fora, se não for corrigido. O estranho é o silêncio dos
sindicatos, existem para quê? Com certeza a crise dos escândalos atrapalhou e
distrai o povo. Para quem depende de complementação de aposentadoria, é bom
lembrar que a saúde da previdência federal reduz a necessidade de adicionais
futuros.
De qualquer forma temos uma Presidente preparada e corajosa
com um plano em execução, isso nos conforta [ (Neto) , (Romero, 2012) ]. Não podemos viver com parâmetros
pré-crise, quando tudo era festa, futebol e carnaval.
Uma marca estranha foi a longa noite dos juros absurdos que
todos pagamos. Algum dia teremos uma explicação honesta sobre o que aconteceu.
Carecemos de perspectiva histórica e isenção de ânimos para fazer afirmações,
além de conhecimentos profundos sobre as relações de poder no Planalto e
Economia propriamente dito, alguém tem? Os palavrões ficam guardados até
grandes especialistas confirmarem nossas suspeitas ou, ao contrário,
demonstrarem os acertos do Banco Central nessas últimas décadas.
Durante muito tempo pagamos juros absurdos, viabilizando às
fundações qualquer coisa (receitas obtidas de empréstimos) ou simplesmente
gastando sem muita lógica o dinheiro arrecadado entre estatais e fundos de
pensão. Chegamos a construir portos caros e ineficazes, por exemplo (pelo menos
um), e shoppings ajustados na marra. A cornucópia parecia não ter limites e
consultorias assinavam embaixo sem entrar no mérito real dos investimentos, que
eram poucos, pois o principal era guardado em lugares seguros, como, por
exemplo, títulos da dívida pública.
Maravilhosamente ganhamos um comando esclarecido.
Do artigo (Uma atitude de muita coragem) escrito pelo atual
presidente da ABIMAQ transcrevemos: “Merece
o nosso reconhecimento e total apoio a coragem demonstrada pela Presidenta,
pois as altas taxas de juros praticadas no país tem sido o principal entrave ao
investimento e penaliza, sobremaneira, o setor produtivo e a sociedade em
geral, pois os recursos que deveriam ser destinados à educação, saúde,
saneamento e setor produtivo vão para os “cofres” do sistema financeiro.
Nunca é demais lembrar que os juros pagos pelo governo para rolagem da dívida pública somados aos juros pagos pela sociedade e empresas (financiamentos, cartão de crédito, capital de giro, cheque especial, etc..) superam os 580 bilhões de reais por ano, uma transferência brutal de renda para um único setor da economia.”
Nunca é demais lembrar que os juros pagos pelo governo para rolagem da dívida pública somados aos juros pagos pela sociedade e empresas (financiamentos, cartão de crédito, capital de giro, cheque especial, etc..) superam os 580 bilhões de reais por ano, uma transferência brutal de renda para um único setor da economia.”
O dinheiro gasto em contas estranhas fez falta. Descobrimos agora,
principalmente, que falta tudo para um crescimento sadio. O “custo Brasil” é um
absurdo e os juros parte significativa do problema. Com raras exceções
(energia, por exemplo) deixamos de investir em projetos de infraestrutura
estratégicos ao nosso desenvolvimento [ (Cascaes, Ponderações
Engenheirais) (Cascaes,
Engenharia - Economia - Educação e Brasil) ]. O Brasil (A luta contra os juros altos, 2012) precisa crescer de
forma sadia.
As fundações se tiverem capacidade de investimentos (devem
ter) têm como contribuir muito.
Algumas armadilhas persistem para as fundações e
aposentados.
Agora voltam à cena os PDVs (Planos de Demissão Voluntária),
qual a intenção desses planos? Resolver contabilidades das empresas, distribuir
lucros e jogar fora funcionários antigos na ilusão de aposentadorias tranquilas,
onerando as fundações? Quem garante? Não é momento para isso, quem optar pela
aposentadoria estará se arriscando muito.
Os defensores irrestritos da privatização devem estar
incomodados. A ironia é que empresas privadas serão beneficiadas pelas
iniciativas do Banco do Brasil e da Caixa Econômica. Felizmente o Governo
Federal decidiu agir contra a estratégia absurda dos juros bancários, usando
dois bancos estatais. De “moto próprio” isso nunca aconteceria. Isso muda tudo,
inclusive cálculos atuariais e riscos futuros. Como será aplicado o dinheiro
dos fundos, se é que terão recursos para isso? Onde? Em que projetos?
Com certeza todos querem chegar à terceira idade e poder
dizer que estarão na melhor fase de suas vidas, para isso é fundamental uma boa
aposentadoria e planos de saúde, assunto que na Europa mereceu discussões
ferrenhas já na década trinta, antes da Segunda Guerra Mundial, pelo menos na
França. Aqui a escravidão e divisão estratificada da sociedade em classes, onde
a aristocracia fazia riquezas de qualquer jeito, o povo era mantido disperso no
imenso espaço brasileiro ignorando o que seria aposentadoria. Simplesmente não
existia. Atrasaram a percepção da importância de planos para o descanso, saúde
e lazer após décadas de trabalho. Se sobrevivessem a tudo o que estavam
sujeitos a ter (endemias, doenças episódicas, acidentes, alimentação inadequada
e insuficiente, violência etc.) eram encostados em seus casebres, sobrevivendo
da caridade de filhos e amigos.
Não temos mais a desculpa da ignorância. Podemos, isso sim,
alegar preguiça mental, alienação e falta de tempo, atenção a prioridades diferentes
etc., mas se vivermos o suficiente chegaremos aos tempos em que nos
qualificaremos como idosos, e daí Josés e Marias?
Quem já aproveitou bem seus tempos de aposentadoria tem o
consolo de ter recebido muito com os planos previdenciários e de saúde ou a
segurança do serviço público. E a realidade que aparece em novas relações
econômicas?
Os mais novos precisam estar atentos e aprenderem o que tudo
isso significa. O tempo passa e, se tiverem sorte, chegarão aos tempos de
aproveitar as aposentadorias que conquistarem após opções que fizerem agora, ou
seja, décadas antes do momento da "idade feliz”.
Cascaes
5.6.2012
Senado aprova fundo de aposentadoria . (28 de 3 de 2012). Fonte: R7 notícias:
http://noticias.r7.com/economia/noticias/senado-aprova-fundo-de-aposentadoria-para-servidor-publico-saiba-como-fica-20120328.html?question=0
Arruda, I. (14 de 5 de 2012). A luta contra os
juros altos. Fonte: Jornal de Hoje:
http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2012/05/14/noticiasjornalopiniao,2838759/a-luta-contra-os-juros-altos.shtml
BRODBECK, P. (5 de 6 de 2012). A ameaça dos juros
em queda. Fonte: Gazeta do Povo:
http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=1262158&tit=A-ameaca-dos-juros-em-queda
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Ponderações
Engenheirais: http://pensando-na-engenharia.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Engenharia - Economia -
Educação e Brasil: http://economia-engenharia-e-brasil.blogspot.com.br/
Neto, L. A. (s.d.). Uma atitude de muita coragem.
Fonte: ABIMAQ:
http://www.abimaq.org.br/site.aspx/Detalhe-Palavra-do-Presidente-nova
Romero, C. (18 de 5 de 2012). A cruzada de Dilma.
Fonte: Clipping, Seleção de notícias:
https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/5/18/a-cruzada-de-dilma